FAQ

Perguntas Frequentes
 

    0. Nota introdutória
    1. O que é o Satanismo?
    2. O que é ser-se Satanista.
        2.1. Qual é a diferença entre ser-se Satanista e ser-se Satânico?
        2.2. Quando é que uma pessoa se pode dizer Satanista?
    3. O que significa Satan?
    4. Os Satanistas respeitam as leis ou a sociedade?
    5. Existem Pecados Satânicos?
    6. Como encara o Satanista a vida após a morte?
    7. O que são Rituais Satânicos?
    8. Os Satanistas realizam sacrifícios?
    9. Porque é que a religião não é algo inato?

 

    0. Nota introdutória

    Este F.A.Q. foi criado, não para justificar ou revelar algo, não para comparar crenças ou provar quem está certo, mas para ajudar a acabar com a ignorância que envolve o Satanismo. No Satanismo, à semelhança de qualquer outra ideologia, o que a torna directamente "boa" ou "má" não é a sua filosofia mas sim as pessoas que se dizem suas seguidoras. A história está cheia de exemplos de más interpretações, por isso antes de tecer juízos de valor, informe-se. Exerça o seu direito à inteligência.

    Julgar alguém pelas suas crenças, pela sua procedência, pela sua árvore genealógica e/ou família, cor ou até mesmo gosto musical, é preconceito ignorante. Quando uma pessoa o faz reúne tudo o que alguém, ou um grupo, fez de estúpido e desagradável aplicando-o a uma população inteira apenas porque esta apresenta traços físicos semelhantes ou porque esta compartilha aparentemente das mesmas ideias. O Satanista não julga a pessoa pela sua cor, raça ou estatuto social mas sim pelas suas acções, pelos seu feitos, a sua honra e a sua inteligência. Não deverá o Cristão, o Judeu, o Muçulmano ou qualquer outro ter o bom senso de fazer o mesmo?

 

    1. O que é o Satanismo?

    O Satanismo pode ser considerado uma filosofia de vida. Se o despir dos seus simbolismos, rituais, celebrações e dogmas, terá um conjunto de "bases" que acima de tudo exaltam o "deus" que existe dentro de cada um de nós, sejamos Satanistas ou não.

    Para o Satanista, deus, o diabo, anjos e santos não passam de fragmentos da personalidade de cada um. Quando alguém exterioriza esse "deus" ou "diabo" o que está a fazer é deixar a sua majestade natural de lado para adorar ideias que não são suas, e de maneira indirecta adorar a pessoa que criou essas ideias. Ou seja, o Satanismo não é a adoração do diabo ou uma versão oposta ao Cristianismo, mas sim a exaltação do "Eu". A fuga de padrões pré-estabelecidos para a criação dos seus próprios padrões, criados por si para si: numa palavra, individualismo. É este um dos principais motivos de ataques à religião organizada, mais representada em Portugal pelo Cristianismo.
   
    O Satanismo não se encontra em posição antagónica à cristã por constituir adoração ao seu eterno adversário, mas porque o Satanismo representa liberdade filosófica e espiritual, individualismo e criatividade, enquanto que o Cristianismo prega obediência a um deus omnipotente e ao seu filho carnal que veio à Terra, sem que os seus seguidores possam sequer questionar ou argumentar contra as causas e motivos dessa obediência. O Cristianismo é em essência a negação da verdade do Homem.

    O Satanismo opõe-se a qualquer adoração a um deus ou uma divindade exterior. Esta oposição estende-se a crenças onde se adora um deus pai e uma deusa mãe; um deus pelo qual se pode cometer crimes, terrorismo, massacres e fazer guerras santas; ou qualquer outra crença (a imaginação humana criou centenas de mitos e deuses) em que se deixe de parte o Humanismo e se criem alvos de adoração divina. No Satanismo cada ser vivo é o seu próprio deus e governante, cada um é responsável pelos seus actos e o seu modo de ser. Cada um é o seu próprio sacerdote, salvador e deus.

 

    2. Ser-se Satanista.

    Para se ser um Satanista não é necessário afiliar-se a algum grupo satânico, conhecer outros Satanistas, realizar rituais, cerimónias ou muito menos adorar demónios. O Satanista não adora nada nem ninguém! Ele demonstra respeito por quem conquistar o seu respeito.


        2.1. Qual é a diferença entre ser-se Satanista e ser-se satânico?

        A diferença entre Satanista e satânico reside apenas na gramática portuguesa. Satanista é um substantivo, e como tal, é utilizado com determinantes: um Satanista; o Satanista. Satânico é um adjectivo, logo serve para classificar o sujeito: ele é satânico; a bíblia é satânica. Resumindo: Ele é um Satanista e/ou ele é satânico. Referir a pessoa como Satanista apenas quando ela se identifica com o Satanismo e como satânico quando adora o diabo, é um erro muito comum. É apenas uma questão de português correcto.


        2.2. Quando é que uma pessoa se pode dizer Satanista?

        Sendo uma filosofia de vida, uma pessoa não se "converte" ao Satanismo, ela nasce satânica e depois descobre-se Satanista. Não se pode mudar as crenças pessoais de alguém de um momento para o outro. Se a pessoa já tiver os seus princípios “formados”, o seu código moral, estes irão acompanhá-la por toda a sua vida. Durante esse tempo vários novos conceitos serão acrescidos, novos pontos de vista surgirão para substituir ou complementar os já existentes.

        A base dos princípios filosóficos pessoais de alguém permanecerá a mesma. Por isso é que não se pode converter alguém ao Satanismo. Ou a pessoa nasce Satanista ou não. É por isso que ninguém “se torna” um Satanista, apenas descobre que existem outras pessoas que pensam de igual forma e assumirão para si um rótulo. Chocante, é certo. Mas só à luz dos dogmas religiosos dominantes.

        Concluindo, ser Satanista é reconhecer que não existe nada mais poderoso e sagrado do que o Homem. Que a "grandiosidade" e o "poder" de uma pessoa são medidos pelas suas acções, o seu sucesso e a sua honra, e que todo tipo de vida é sagrado. Amar aqueles que mereçam esse amor, respeitar aqueles que ganharam esse respeito, ajudar quem o ajudaria e desprezar aqueles que o desprezam; em vez de fingir que se preocupa com quem não é digno da sua estima.

 

   3. O que significa Satan?

    "Satan" é uma palavra de origem hebraica que significa: adversário, opositor, inimigo.

    É muito fácil para o Cristianismo chamar Satan ao opositor de deus, ou seja, o diabo. Daí resulta o gravíssimo mal-entendido de que os Satanistas adoram o diabo cristão. Para o Satanista isso é um absurdo, porque ele nega a existência de deuses/demónios, ou divindades exteriores.

    Se há pessoas que realmente adoram o diabo cristão, e lhe fazem cultos, rituais, pactos de sangue, lhe vendem a alma, sacrificam virgens, matam galinhas, molestam crianças, etc. e no fim se intitulam de Satanistas, estão a cometer uma difamação do que realmente é o Satanismo. Não passam de adoradores do diabo (devil worshippers) ou pseudo-Satanistas.

    Satan é encarado como uma força oculta na Natureza que nos motiva de modo a conseguir-mos o que desejamos. A personificação na mente do Satanista dos seus ideais, e não uma entidade ou divindade viva que se possa adorar. Também é normal encontrar-se Satã, ou Satanás, e estão ambas relativamente correctas. São a tradução, impura, de Satan, para português.

    As 9 Afirmações Satânicas descrevem correctamente o que representa Satan.

 

    4. Os Satanistas respeitam as leis ou a sociedade?

    O Satanismo persegue a satisfação dos desejos inatos, a auto-preservação e acima de tudo o bom senso. Só porque não concorda com alguma coisa não quer dizer que a tenha de ignorar completamente. Vivemos numa sociedade que possui leis e normas que, em primeiro lugar, visam a manutenção da ordem, para que numa cidade onde moram milhares ou milhões de pessoas elas não saiam à rua matando-se umas às outras.

    Muitos factores devem ser tidos em consideração quando assumimos que Satan representa a satisfação dos desejos e não a abstinência. Do ponto de vista do Satanismo, cada um responde pelos actos que comete, atente isso ou não contra a liberdade e a propriedade de outrem, o importante é estar apto a receber a contrapartida a que os seus actos levam.

    O que muitas vezes as pessoas esquecem é que as normas da sociedade foram criadas não só para si, mas para todas as pessoas. Violar, ignorar ou desrespeitar uma delas é da responsabilidade de cada um. Basta lembrar que antes de significar a realização dos prazeres físicos, mentais e espirituais, o Satanismo assume que tudo o que acontece é da responsabilidade do indivíduo, e o Satanista sabe assumir suas responsabilidades.

    A busca de justiça deve prevalecer sempre, independentemente das leis vigentes. O Satanismo é apologista do Lex Talionis. Morte para quem mata, sofrimento para quem provocar sofrimento. Se em busca de compensação pessoal, do justo equilíbrio, o indivíduo atentar contra as leis implementadas na sociedade, então seja! Mas há que estar preparado para sofrer as consequências.

 

   5. Existem Pecados Satânicos?

    Com o crescimento do Satanismo tornou-se apropriado esclarecer aquilo que trabalhamos para evitar – o que desaprovamos. Ao contrário de como é definido por muitas religiões, no Satanismo um pecado é algo considerado nefasto mas que pode/deve ser evitado se a pessoa se esforçar. Não são propriamente pecados, mas sim "defeitos" e/ou erros que vão contra os princípios básicos do Satanismo.

    Os pecados satânicos correspondem aos seguintes defeitos: estupidez, pretensão, solipsismo, auto-ilusão, conformismo de massas, falta de perspectiva, esquecimento de ortodoxos passados, orgulho contraproducente e falta de estética.

 

    6. Como encara o Satanista a vida após a morte?

    Desde o início dos tempos que o Homem tem a necessidade de ter uma resposta para a pergunta: "o que acontece após a morte?". Desde os primórdios da humanidade que já existem registos de rituais funerários que mostram essa necessidade e esse medo do desconhecido que Homem tem. Com o surgimento da religião de uma forma organizada, o pós-vida passou de grande mistério para forma de infringir medo às massas de modo a controlá-las.

    No Satanismo, a sua vida é muito mais importante do que a sua morte. Não lhe é exigido nada além de que viva a sua vida o melhor que puder, porque não sabe se vai ter uma segunda oportunidade. O Satanista não se deixa manipular por alguém, devido ao medo de um sofrimento que ninguém sabe sequer se existe.

    Ser Satanista não é querer ir para o inferno após a morte. É aproveitar a vida enquanto ainda se está vivo e aceitar a justa contrapartida ao cometer infracções. Lex Talionis!

 

    7. O que são rituais Satânicos?

    Apesar de variar de Satanista para Satanista pode dizer-se que a definição mais utilizada para magia é: "A alteração de eventos ou situações que deixados no seu curso natural permaneceriam inalterados".

    Esta definição deixa em aberto uma grande margem para interpretação. Mas será algo como mudar cada recurso que possui à sua disposição, para alcançar um determinado fim, seja ele conquistar uma pessoa, arranjar um emprego ou até obter meios para viajar ou conseguir o objecto dos seus sonhos.

    E é aí que podem entrar os rituais. Os rituais Satânicos são maneiras para uma pessoa "expor" os seus verdadeiros desejos. Num ritual a pessoa sente-se segura o suficiente para deixar de lado quaisquer inibições que ela tenha, para afirmar em voz alta para ela mesma, ou quem mais ela queira que ouça: "Eu quero. Eu vou fazer tudo para conseguir. Eu vou conseguir!", e assim sendo, a pessoa livra-se de qualquer "travão" emocional que possa ter para então voltar todo o seu potencial, tempo e recursos, para o objectivo pretendido.

    O que realmente acontece é um acto de extrema concentração pessoal, utilizando elementos simbólicos, invocando todas as suas energias vitais, para que o seu objectivo seja atingido.

    Para poder realizar a magia Satânica, qualquer pessoa precisa ter em mente cinco ingredientes fundamentais:

    I
    Desejo:
Também conhecido como motivação, tentação ou persuasão emocional. Se não deseja REALMENTE obter um resultado, não deveria sequer tentar realizar qualquer tipo de ritual.

    II
    Sincronia:
Em toda situação de sucesso um dos ingredientes mais importantes é a sincronia correcta. Ao realizar um ritual a sincronia pode significar o sucesso ou o fracasso. A melhor hora para realizar um ritual é quando o seu alvo se encontra no seu estado mais receptivo.

    III
    Simbologia:
O adolescente que toma extremo cuidado e zelo enquanto grava num tronco de árvore um coração contendo as iniciais do seu nome e da pessoa amada; o rapaz que fica sentado durante horas, desenhando o que para ele é o carro perfeito; a menina que embala a boneca de pano nos seus braços imaginando que é o seu bebé – esses magos naturais, estão a utilizar o ingrediente mágico conhecido como simbolismo, e o sucesso de qualquer ritual depende dele.

    IV
    Direccionamento:
Um dos ingredientes mais regularmente esquecidos durante a realização de um ritual é a acumulação e direccionamento da força para um objectivo de forma efectiva. O propósito do ritual é LIBERTAR o mago de pensamentos que iriam consumi-lo, se eles o envolvessem constantemente. Contemplação, sonhar acordado, e o planeamento constante, queimam muita energia emocional que poderia ser acumulada para ser usada como uma força dinâmica útil; sem contar com o facto da produtividade ser severamente incapacitada por tal ansiedade.

    V
    Factor de Equilíbrio:
Este ingrediente resume-se em simplesmente conhecer o melhor tipo de sujeito e situação para se trabalhar a energia de modo a se obterem os melhores e mais fáceis resultados. Conhecer as suas próprias limitações é uma introspecção até bastante estranha para alguém que deveria ser capaz de realizar o impossível, mas para isso basta lembrar-se que a magia é a própria Natureza, e obter sucesso com a magia significa trabalhar em harmonia com a Natureza e não contra ela…

    Uma cerimónia pode ser realizada por uma pessoa sozinha, ou em grupo.

    Um ritual em grupo é certamente muito mais eficaz em reforçar a força e instigar o poder do que uma cerimónia solitária. Mas, assim como a força de uma corrente está condicionada pelo seu elo mais fraco, também num grupo, se houver um participante que não tenha a noção do que está a fazer, acabará por enfraquecer a energia do todo.

   

    8. Os Satanistas realizam sacrifícios?

    Cada Satanista deverá ser capaz de libertar a energia necessária do seu próprio corpo, da sua essência vital e não de qualquer outra vítima utilizada contra a sua vontade.

    SOB NENHUMA CIRCUNSTÂNCIA um verdadeiro Satanista sacrifica um animal ou outro humano. O Homem, como animal, é o "deus" do Satanista. Animais e crianças que ainda não atingiram a idade em que tem início a negação dos desejos naturais, são a mais pura forma de existência vital. Eles podem percepcionar coisas que um adulto jamais conseguirá. Portanto, o Satanista considera esses seres como sendo sagrados, sabendo que tem muito a aprender com estes magos naturais do mundo.

    Existem, porém, grupos criminosos que realizam sacrifícios não-simbólicos com animais e humanos. Estas seitas que depois reclamam para si a designação de Satanismo, para impor respeito, ou recebem dos media esta categorização, não passam de cristianismo subvertido de forma atroz. São grupos difamadores, que não têm NADA a ver com o verdadeiro Satanismo.

   

    9. Porque é que a religião não é algo inato?

    Se reflectir um pouco, constatará que a religião não é dada como certa à nascença. Não é correcto dizer que uma criança ao nascer vai seguir o deus de qualquer religião. Mas é correcto dizer que a criança ao nascer é indulgente, que não se priva dos seus desejos mais naturais e que faz tudo para conseguir o que deseja a um dado momento.

    Quem lida com crianças ainda muito novas, repara com certeza que ao serem contrariadas criam uma reacção adversa, de recusa absoluta, por coisas que ao olho do adulto são insignificantes, mas que pela visão criança são indispensáveis. A criança também não tem tendências suicidas, ou dilemas existenciais. O máximo que pode acontecer-lhe são acidentes por ignorância sua, ou por desprezo da parte dos pais.

    O Homem ao longo da infância e adolescência vai adquirindo conjuntos de informação, que indirectamente, ou directamente, o vão alterando e consequentemente fazem-no perder a sua indulgência. Na criança, enquanto nova, isso não acontece. Se ela quer, faz tudo ao seu alcance para o conseguir. Os seus meios são choros, gritos, amuos, etc..

    Se fosse possível realizar uma experiência colocando uma criança muito nova, sozinha numa ilha deserta e, utopicamente, ela sobrevivesse até à idade adulta, e então nessa altura a confrontasse com qualquer religião, ela não saberia o que isso era. O máximo que ela saberia era que estava viva, que tinha necessidades físicas e desejos. Caçava para comer, defendia-se para sobreviver.

    Concluindo, a base do Satanismo: o desejo, a indulgência, a aquisição de prazer são inatos. Faz parte da evolução humana. Se mais tarde a pessoa se torna cristã, islâmica, budista, etc., é simplesmente por imposição, ou por influência do meio.

 

REGE SATANAS!

AVE SATANAS!

HAIL SATAN!