Biografia de Anton Szandor LaVey
Dia:
11 de Abril de 1930.
Local: Chicago, EUA.
Acontecimento: Gertrude Augusta Levey, esposa de Michael Joseph Levey, dá
à luz um bebé de nome Howard Stanton Levey, mais tarde conhecido por Anton Szandor
LaVey.
Pouco depois do seu nascimento, a família de Anton decide
deixar Chicago e mudar-se para a baía de S. Francisco.
Em criança, o jovem Anton adorava ler tudo o que tivesse
a ver com o sobrenatural e o oculto - incluindo “Frankenstein” de
Mary Shelly, “Dracula” de Bram Stocker, e a popular revista “Weird
Tales”.
O interesse de Anton pelo lado obscuro da vida foi ainda
mais alimentado pela sua avó Cigana, Luba Koltan, que lhe contou histórias e
superstições sobre vampiros e magia negra que aprendeu na sua terra natal, Transylvania.
Depois do começo da 2.ª Guerra Mundial, Anton fascinou-se
com os manuais militares e os catálogos de armas. Rapidamente descobriu que
se alguém assim o quisesse poderia comprar armas e munições suficientes para
criar o seu próprio exército. Isto levou a que Anton percebesse que os fracos
nunca podiam herdar a Terra, só os fortes sobreviveriam.
Anos mais tarde, em 1945, um dos tios de LaVey foi contratado
para ser Engenheiro Civil no Exército, na Alemanha. Devido ao seu tio ter um
visa extra Anton pôde viajar para a Alemanha com ele. Lá, pôde ver filmes de
terror Nazis confiscados, dos quais tinha recebido a informação
de que continham partes de rituais da Black Order of Satan, que fazia parte
do Terceiro Reich (?).
Por esta altura,
Anton já tinha descoberto outro dos seus muitos talentos: a música. Na prematura
idade de cinco anos, os pais de Anton descobriram o seu talento quando ele numa
loja de música tocou uma harmonia numa harpa. Mais tarde, aprendeu a tocar muitos
instrumentos, incluindo o violino. Aos 10 anos aprendeu auto-didacticamente
a tocar piano, e aos 15 já era o segundo oboísta na Orquestra Sinfónica de Ballet
de San Francisco.
Em 1947, LaVey decidiu deixar a escola e juntar-se ao Circo
Clyde Beatty. Lá, foi empregue como estivador e guarda de jaulas; a pessoa responsável
por alimentar os grandes felinos. Anton rapidamente desenvolveu uma relação
com os animais e começou a aprender todos os truques da matéria, como o uso
do chicote, stick, revolver e cadeira. Não muito tempo depois, Anton
tornou-se domador de oito Leões Nubianos e quatro Tigres de Benguela, numa jaula,
todos juntos.
Uma noite, enquanto trabalhava no circo, o tocador de calliope
habitual embebedou-se e não podia actuar. LaVey voluntariou-se para o seu lugar
e foi um sucesso tão grande que se tornou no tocador de calliope oficial do
Circo Beatty.
Quando a temporada do circo acabou em Outubro de 1947, LaVey
viu-se desempregado. Seguindo o conselho de alguns dos seus colegas de circo,
Anton decidiu procurar trabalho numa feira. Devido aos seus talentos musicais,
rapidamente conseguiu emprego tanto a tocar calliope, como órgão Wurlitzer e
até mesmo Hammond. Entretanto LaVey passou a tocar em shows de strip femininos
nas noites de sábado e aos domingos de manhã, em tendas, para espectáculos religiosos.
Foi aqui que ele descobriu em primeira mão a hipocrisia presente na Igreja Cristã.
Anton foi citado muitas vezes dizendo que ao sábado à noite via os homens desejando
as mulheres semi-nuas na feira, e na manhã seguinte via os mesmos homens na
missa, com as suas famílias, pedindo a Deus que perdoassem os seus pecados libidinosos,
vendo de novo no fim de semana seguinte as mesmas pessoas no show de strip.
Enquanto trabalhava na feira, Anton também aprendeu os segredos
das videntes místicas, das leituras da palma da mão ciganas, das astrólogas,
mágicos de palco, e hipnotizadores.
A temporada da feira rapidamente acabou, e LaVey, mais uma
vez, viu-se desempregado. Encontrou depois, trabalho em casas burlescas e clubes
nocturnos, como tocador de órgão, dentro e na periferia de Los Angeles. Uma
noite, enquanto trabalhava no Clube Mayan, conheceu uma actriz que tinha conseguido
trabalho como bailarina. Essa actriz era Marilyn Monroe, e ela e Anton vieram
a viver um caso amoroso cheio de paixão. Apesar da relação apenas ter durado
algumas semanas, deixou no LaVey de 18 anos uma marca muito forte. Anos mais
tarde, uma das posses de Anton mais orgulhosas era um calendário de Marilyn
nua, onde ela tinha assinado: "Caro Tony, Quantas vezes tu viste isto!
Com amor, Marilyn".
Após o fim da sua relação com Marilyn, Anton decidiu
mudar-se para São Francisco. Lá, continuou a tocar órgão para vários
shows de strip e reuniões só para homens. Também conseguiu trabalho como fotógrafo
na Paramount Photo Sales, onde tirou fotografias a mulheres em várias fases
de stripping.
Quando a Guerra Coreana começou, Anton reparou na possibilidade
de ser arrastado para o exército. Por isso, em 1949, de modo a poder evitar
este possível dilema, LaVey inscreveu-se na Faculdade de São Francisco,
no curso de Criminologia, mesmo sem nunca sequer ter acabado o secundário.
Algum tempo depois LaVey conheceu Carole Lansing num parque
de diversões na praia de San Francisco. Os pais de Carole de início estavam
desconfiados das intenções de Anton, mas rapidamente se habituaram a
ele e deram permissão para os dois se casarem.
Anton e Carole casam em 1951 e um ano depois nasce a primeira
filha de LaVey, Karla Maritza LaVey.
De modo a poder sustentar a sua família, LaVey decidiu usar
os seus talentos de fotografia e a sua educação em Criminologia para conseguir
trabalho como fotógrafo na Polícia de São Francisco. Aqui, Anton está
de novo exposto ao pior lado da natureza humana, tirando fotografias de assassinatos
brutais, acidentes de automóveis, suicídios macabros, incêndios, explosões,
e outras coisas mais. Depois de um par de anos no terreno, foi dada a LaVey
a responsabilidade adicional de tomar conta das "chamadas 800", que
era o código para as chamadas estranhas. Ele investigava de tudo, desde visões
de OVNIS a relatos de fantasmas, casas assombradas, e tudo o resto que pertencesse
ao sobrenatural. Nos anos seguintes Anton ganhou uma grande reputação como um
dos primeiros "caça-fantasmas" da nação.
Em 1955, LaVey cansou-se da Polícia e decidiu deixá-la de
modo a ter mais tempo para se concentrar nas Arte Negras. Tornou-se exorcista
e hipnotizador, fortalecendo os seus ganhos tocando órgão. Mudou-se também com
a sua família para um apartamento perto da praia. Foi nessa altura que Anton
recebeu o seu primeiro animal de estimação - um leopardo negro de dez semanas,
chamado Zoltan. LaVey costumava levar Zoltan a passear na praia, onde era certo
o par excêntrico assustar os pedestres que ali passeavam.
LaVey começou também a receber a imprensa devido às suas
práticas singulares e estranho animal de estimação. Ele atraiu muitas personalidades
invulgares, juntamente com os seus amigos únicos que fez durante os seus anos
de circo e feiras. Quando os rumores sobre o que estava exactamente a acontecer
dentro das paredes da sua casa se começaram a espalhar, Anton decidiu mais uma
vez que precisava de mudar-se. Na altura desejava uma casa grande longe dos
seus vizinhos curiosos, que pudesse decorar e fazer à sua imagem. Anton
conseguiu tal lugar na Rua Califórnia 6114, o lugar da infame "Black House",
onde LaVey morou até à sua morte em 1997.
Depois de se mudar para a sua nova casa, LaVey rapidamente
encontrou um novo emprego tocando órgão Wurlitzer no clube Lost Weekend. Também
foi contratado para tocar o maior órgão do mundo no Auditório Cívico de San
Francisco. Devido à sua extrema perícia com o instrumento, Anton foi nomeado
para organista oficial da cidade de São Francisco, tocando em várias
convenções e muitos eventos culturais e desportivos.
Foi também por volta desta altura que LaVey começou a ganhar
a reputação de ser o Mágico de Artes Negras de São Francisco. Juntamente
com as quatro festas que LaVey fazia todos os anos (Ano Novo, Walpurgisnacht,
Solstício de Verão, e Halloween), a Black House era também o lugar de encontro
para as reuniões sociais informais que Anton criou. Formado por colegas do circo,
amigos das feiras, antigos colegas da Polícia, excêntricos ricos, e iconoclastas
literários, o "Círculo Mágico" (Magic Circle) de LaVey, como ele lhe
chamava, levava a cabo debates e palestras sobre o Oculto, Magia, encantamentos,
rituais, feitiçaria, lobisomens, vampiros, zombies, homúnculos, casas assombradas,
PES (Percepção Extra Sensorial), teorias sexuais, e métodos de tortura. Anos
mais tarde, LaVey abriu estas reuniões ao público, cobrando $2,50 por pessoa,
a quem quisesse ouvir as suas palestras e tomar parte dos seus rituais formais.
O Círculo Mágico foi o primeiro passo para o que hoje é a Church of Satan (Igreja
de Satan).
Anton ainda tocava órgão várias noites por semana de modo
a ganhar algum dinheiro extra. Numa noite de domingo, em 1959, enquanto LaVey
tocava na Mori's Point, uma jovem, linda, loura, de nome Diane Hegarty entrou
no clube. Houve uma ligação imediata entre Diane e Anton, e durante os meses
seguintes eles começaram a ver-se o maior número de vezes possíveis. No ano
seguinte, 1960, Anton e Carole divorciaram-se; e em 1961 Diane não só se tornou
na nova esposa de LaVey como também se tornou na anfitriã do Círculo Mágico.
Em 1963 Diane deu à luz a segunda filha de Anton: Zeena Galatea LaVey.
Infelizmente, nessa altura, o seu companheiro de longa data
Zoltan morreu atropelado por um carro. No entanto, pouco tempo depois Anton
recebeu um novo animal de estimação: um leão nubiano que ele chamou de Togare.
O Togare viveu na Casa Negra (Black House) por muitos anos com o resto da família
LaVey. Foi durante essa altura que ele foi a atracção de um programa de televisão
local chamado "The Brother Buzz Show". Mas depois de muitas queixas
e até petições de vizinhos, Anton foi forçado a doar Togare ao Zoo de S. Francisco.
Além do Círculo Mágico, LaVey também criou "Witches
Workshops", para ensinar às mulheres todos os métodos de feitiçaria, e
a "The Order of the Trapezoid" (A Ordem do Trapezóide) que era um
grupo de magos que, juntamente com o "Council of Nine" (Conselho dos
Nove), veio a formar a administração da Church of Satan.