Longe vão os tempos das
atrocidades cometidas contra aqueles que possuindo uma lucidez e
inteligência superiores, ousaram desafiar os hipócritas que
atrasavam o progresso da humanidade em nome de doutrinas emanadas de livros
ditos de revelação, que mais não são do que
fábulas advindas de tempos de ainda maior fanatismo.
Os tempos mudaram! A Ciência
tomou o lugar do condutor e deixou à porta da idiotia os mesmos que
perseguiam os ideais da evolução.
Em 1966 Anton Szandor Lavey fundou a
Satanic Church (Igreja Satânica), legalmente oficializada em 1969 como
Church of Satan, dando assim inicio ao assumir de uma nova era,
alicerçando-se em pilares que fazem juz à verdadeira natureza
humana.
O símbolo “perverso”
da rebelião, de choque total contra os valores instituídos (qual
é a principal fonte de castração mental…? Exacto,
subverta-se isso, então, simbolicamente).
Em
congregação, numa postura estética que além da
ideologia/ filosofia “abraça” uma mística obscura na
qual se revêem alguns dos principais visionários da época
(grande parte dos quais ligados às artes); subjectivando antecedentes
pagãos, teatralizando, solenizando em ritos e fulminando em
intenções.
A CoS surge em total esplendor e vigor
destrutivo de vazias concepções, fomentadas pelos tais que
padecem de um dos maiores males psíquicos: a idiotia religiosa.
Um novo conceito de
“religião” foi elaborado, fazendo desmoronar o antigo por
falta de consistência nas estruturas justificativas. Religião
é aquilo que consiste no objectivo principal da vida do ser humano, e
não aquilo que assume uma natureza meramente formal, em obrigatoriedade,
refugio psíquico, receio e condenação “divina”
– não se consubstanciando em nada de concreto em termos de
progressão mental.
Assim, os hipócritas
vêem-se forçados a pôr em questão os seus
próprios conceitos, quando no dia a dia continuam a dizer que a sua
religião é “tal”, mas na prática a sua
verdadeira religião é materialmente satânica.
O facto é que só os
realmente débeis e tolos, masoquistas e maníacos, seguem os
dogmas alheios/ lendas herdadas de um passado diferente, em absoluto, sem os
questionarem. É inegável que a maioria que “sobra”
é composta por pseudo-crentes, hipócritas até consigo
próprios… Ninguém dá a outra face. Ninguém
ama o próximo como a si mesmo… Ninguém é imaculado,
nem faz por ser.
É
tudo fachada.
Padrões comportamentais instituídos e vazios
de lógica.
Talvez a maior revolução
introduzida pelo “movimento satânico” tenha sido a
assunção da verdadeira natureza do Homem, despida de véus
imaginários, e com as consequências que daí advêm.
O Homem não passa de um animal
que luta por sobreviver, um animal apenas mais inteligente que os outros, e
que, por esse mesmo facto, é capaz de formas mais sofisticadas e
elaboradas para a sua sobrevivência, em detrimento dos seus semelhantes.
A maldade do Homem é comprovada. Está escrita na História. Nos registos criminais, nos jornais, nos noticiários televisivos (e apenas pequena parte se sabe…).
A história da humanidade
é a história da guerra, dos assassinatos, dos assaltos, dos
massacres, das torturas e de tantos outros actos de violência. O Homem
nasce para morrer, e está a isso condenado à partida.
Para a ideologia Satanista nada existe
para além da morte. A verdadeira vida eterna é nos
cérebros daqueles que nos reconhecem e admiram, através do legado
que deixamos.
Este grande movimento de
violência, que se manifesta em todos os domínios da vida (desde o
peixe que é despedaçado e ingerido pelo tubarão nos
oceanos, ao homem que explora o outro homem mais fraco de forma a, sem
trabalhar, retirar o seu sustento do trabalho deste, dominando-o e
alimentando-se sumptuosamente do seu esforço) foi de todos os tempos,
só que agora tem que ser encarado de frente em nome de princípios
mais elevados.
O deus dos débeis e
hipócritas revela bem, nos tais livros pseudo-sagrados, que
também se integra nesse grande movimento de violência, não
possuindo (senão na boca dos seus escravos) as características de
uma hipotética "bondade infinita".
Assim, é ele que ordena o
massacre de milhões de "pecadores" em tantas e tantas
histórias da Bíblia (principalmente Antigo Testamento) ou do
Corão. O dito “diabo” também tem a sua quota parte
nos acontecimentos, mas nessas fábulas fantásticas, ele é
criação de deus e age em conformidade com este até se
rebelar.
Nem
esse deus nem esse diabo existem ou alguma vez existiram.
Abra os olhos quem puder e quiser.
Deus e o diabo foram obra de mentes
amedrontadas pela morte. Invejosas, com intuitos dominadores, e pura e
simplesmente tão sugestionáveis e seguidistas de falsos profetas
como é natural da condição humana o encarnar
soluções fáceis para problemas difíceis. O diabo e
deus foram obra de criaturas tão normalmente inventivas e velhacas, como
o vizinho do lado… Todos temos sido, somos, e seremos uma só
humanidade.
Assim tomou-se este termo: Satan
Alheado de toda e qualquer
conotação religiosa, para simbolizar a verdadeira natureza humana
que justifica o Mundo tal como ele é. Um movimento geral de
violência com o fim primordial da sobrevivência e da
progressão, que presidiu desde sempre à humanidade, e que por ela
foi e é responsável (embora impessoalmente).
Chegou o momento da cegueira dos homens
terminar.
Satan pede honra ao seu nome, e que
seja finalmente assumida a verdadeira natureza da humanidade. Sobreviver e
perseverar.
O termo Satan tem um significado
simples, directo. Significa Opositor, Adversário.
Nesses livros de
histórias, Satan constitui uma personagem maléfica produtiva e
sofisticada, apesar de toda a maldade do tal deus (absolutamente impiedoso!)
que, por exemplo, arrasa com a humanidade inteira bem como com todos os
animais, poupando apenas "meia dúzia" - aqueles que ele
considerou ser os seus melhores escravos (o personagem Noé e familiares
seus, juntamente com apenas um casal de cada espécie animal); todos os
outros homens, ou seja, praticamente toda a humanidade, foram brutalmente
assassinados por afogamento por esse tal deus tão
"misericordioso". Há várias estórias/ passagens
interessantes nos mais variados romances de consumo massivo. De todas se tira
uma conclusão principal: servir incondicionalmente o deus soberano ou
sofrer a “danação eterna”. Isto com as mais variadas
envolventes figurativas.
Anton Szandor Lavey falou em nome deste
magnífico e bestial Homem, deixando escritos os princípios
básicos da fundação dum novo mundo, uma nova era, numa
época que já não se rege apenas pela força
braçal, o fio da espada, pela guerra… Mas pela ciência!
E…
Solis responde por este
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