Meus caros,
Mais uma vez nos encontramos em Barroselas, para a (já) 10ª edição do maior festival Underground em Portugal, o Steel Warriors Rebellion! E, numa tradição que tende a repetir-se, mais uma vez a APS marcou presença neste importante evento do calendário nacional.
Para quem nunca esteve em Barroselas, não é possível descrever o ambiente. Venham e descubram por vós mesmos. Basta dizer que a organização melhora de ano para ano, e num marco tão importante como o 10º aniversário do evento, os manos Veiga e a sua (extensa) equipa esmeraram-se e brindaram-nos com o melhor festival até à data.
Apesar do festival se ter iniciado na 6ª feira, motivos profissionais impediram-nos de estar presentes. Vários dos amigos que o presenciaram são unânimes na opinião: uma interessante abertura dos Vai-te Foder, com o caos a instalar-se no palco logo na 1ª banda; (mais) um concerto poderoso dos Process Of Guilt, demonstrando a sua excelente forma; a banda da noite a ser Inferno, por quem muitos aguardavam ansiosamente; e a desilusão chamada Akercocke, que foram uma surpresa até para a própria organização - devido a motivos de doença de um dos seus membros, acabaram por não marcar presença em Barroselas, o que constituiu um autêntico "balde de água fria" para todos os presentes.
Mas (infelizmente) a noite não tinha ainda acabado. Os Watain, regados a álcool nacional, decidiram extravasar o seu ego e durante algumas horas entretiveram os presentes com algumas cenas de pugilato. Diz quem participou na "festa" que cedo se aperceberam que não estavam em mais um festival alemão, e que os portugueses gostam pouco de atitudes de rock star. Quando subirem ao palco mais logo (espera-se) vão ter algumas marcas de um corpse paint "diferente"...
Mas vamos de facto ao que interessa. Como o cartaz é longo, ficam os melhores momentos da tarde/noite. Que começou (pelo menos para mim) com uma excelente actuação dos Before The Rain, mais uma bela proposta do Doom nacional. Os Web seguiram-se provando mais uma vez que estão vivos e recomendam-se - destaque para a sentida homenagem a David, o original vocalista que faleceu há alguns anos. Depois de um interregno, os Goldenpyre estiveram de facto a "jogar em casa", com os manos Veiga a demonstrarem que não sabem só organizar grandes concertos, e Fred com uma prestação vocal muito bem conseguida. A próxima banda da (nossa) noite foram os franceses Merrimack, com uma bela actuação de Black Metal poderoso e visceral. Mas se estamos a falar de Black Metal, Inquisition foi o nome da noite - apenas com Dagon e Incubus em cima do palco, curioso como duas pessoas conseguem encher um espaço que muitos outros com o triplo do número não conseguem. Com um alinhamento contendo muitas músicas novas, levaram o público ao delírio. E só não foi o momento da noite porque ainda faltava tocarem os Napalm Death. Impressionante como uma banda com mais de um quarto de século de carreira (!!!) consegue manter a força e vitalidade que demonstraram em clássicos como Scum. Cobrindo uma boa parte da sua (extensa) discografia, num alinhamento equilibrado e cheio de força, mostraram como se faz música da mais alta qualidade mesmo depois de tantos anos. Sem dúvida um exemplo para todos os presentes, e a melhor forma de concluir o 2º dia do festival.
Pela nossa parte, nada como ver o nosso sorriso de satisfação por marcar presença mais uma vez em Barroselas para perceber que nada mais interessa. Para os interessados, passem pelo lado direito do palco e lá estaremos, cobertos de pó mas com um sorriso estampado na cara!
Para hoje antecipam-se alguns momentos interessantes: Tumulum e Pitch Black da parte da tarde, Textures, Destroyer 666 e Watain a fechar a noite. Amanhã veremos como correu este 3º dia de festival.
E como todos os grandes festivais têm que ter um "lema", sugiro o seguinte para o SWR: lá nos encontraremos, no meio do pó ou da lama! 10 Anos de Podredo, indeed...
Lurker.